Autoaperfeiçoamento e crescimento pessoal é uma das tradições capitalistas modernas que elogia a produtividade humana acima de tudo, felicidade, bem-estar e sanidade. As crianças de hoje em dia estão preocupadas com como ser mais motivadas e produtivas, elas fazem listas de verificação diárias, analisam tabelas de seu desempenho semanal, contam quanto tempo gastam mijando e abrem mão do sono para estudar alguma besteira inútil exigida pela flutuação atual do mercado. O culto à produtividade tem tudo a ver com se tornar voluntariamente um robô, um escravo do sistema que adora o capital. Como Froge diz, "o mundo dos gurus do autoaperfeiçoamento é um círculo vicioso de tal magnitude que rivaliza com várias religiões". Um ser humano é um ser vivo, não uma máquina, ele deve viver uma vida feliz e relaxada, dedicado a passar tempo com seus entes queridos, criar filhos, aproveitar belezas da natureza, explorar segredos do universo, sem estresse, ele deve criar quando a inspiração ou uma necessidade realmente grande vier a ele e quando isso acontecer, ele deve levar seu tempo para cuidadosamente tornar arte bela, sem apresso ou esforço. O culto à produtividade vai contra isso, ele proclama que se deve estar constantemente cuspindo algo, torturando e forçando a si mesmo, maximizando a quantidade em detrimento da qualidade, passando por estresse constante enquanto suprime o descanso, que se deve estar o tempo todo preocupado com luta competitiva, prazos, que a arte que ele cria é algo que pode ser planejado dentro do cronograma, feito no prazo e atribuído a um preço calculado para ser um produto consumista ideal.
Não produza, crie. Arte leva tempo e não pode ser programada. O próprio nome do culto diz muito sobre ele. Embora um nome como eficiência provavelmente fosse melhor, já que eficiência significa fazer menos trabalho com o mesmo resultado e ter mais tempo livre, não é uma surpresa que o capitalismo tenha escolhido a palavra produtividade, produzir mais, o que significa trabalhar mais. Pelo preço do tempo livre e da saúde mental. Pessoas obcecadas por produtividade são idiotas sem capacidade de pensar por si mesmas, elas têm desktops com papéis de parede motivacionais dizendo coisas como a palavra impossível não existe no meu dicionário e quando você diz a elas se não seria melhor estabelecer uma sociedade onde as pessoas não teriam que trabalhar, elas começam a gritar "haha, isso é impossível, não pode funcionar". Maximalistas da produtividade intimidam as pessoas por descansarem ou fazerem o que elas gostam com moderação, elas inventam palavras como procrastinação para criar sentimento de culpa presente induzido por fazer o que realmente gostam.
Fanáticos por produtividade frequentemente são aqueles que desprezam consumidores, zumbis sem cérebro que consomem bens, mas não parecem se importar em ser produtores, um tipo semelhante de zumbi sem cérebro que fica do outro lado desse sistema retardado. Um dos exemplos engraçados de culto à produtividade é o chamado life couching, no qual os aspirantes a robôs produtores contratam líderes de culto de besteira, chamados life couches, para gritar com eles para serem mais produtivos. Ao menos no passado os escravos sabiam que eram escravos e tentavam se libertar. Produtividade é um grande negócio porque os programadores estão de fato ficando exponencialmente menos produtivos devido ao tempo necessário para gastar com lixo hoje em dia, em bloata supercomplicados e bilhões de frameworks necessários para fazer coisas básicas, isso foi apontado por Jonathan Blow em sua palestra Preventing the Collapse of Civilization, na qual ele se refere ao vídeo de Ken Thompson falando sobre como ele desenvolveu o sistema operacional UNIX em 3 semanas. Um número considerável de pessoas é atraído por software suckless devido aos seus efeitos positivos na produtividade, graças à eliminação de besteiras. Esses são o tipo de idiotas mencionados acima que apenas tentam explorar qualquer coisa que encontram para seu próprio interesse, sem nunca almejar um bem maior, eles não se importam com a filosofia UNIX além de seus efeitos no aumento de seus salários. Eles envenenam a sociedade.
{ Você e qualquer outro "grande contribuidor" da sociedade, em qualquer ramo intelectual, sempre terão 24 horas em um dia, aproveite suas 24 horas para fazer um algo bom, algo vá embasar as 24 horas do seu próximo dia, não tente produzir tudo em um dia, não tente economizar tempo vendo qualquer material 2, 3, 4 vezes mais rápido, isso sim é uma perca de tempo, é uma falta de investimento em si mesmo. ~Lady C }
Impulsionado por nada. Todo conteúdo é disponível sob CC0 1.0 domínio público. Envie comentários e correções para Mr. Unix em victor_hermian@disroot.org.