Hacking, de forma geral, significa explorar um sistema de uma forma inteligente. No contexto de computadores, na década de 60, a palavra hacker era originalmente usada para programadores habilidosos com computadores. Hacking tinha um significado positivo e era sinônimo de gênio da computação. Na época, as pessoas que lidavam com computadores eram geralmente físicos, engenheiros ou matemáticos, alguém que procurarava maneiras inteligentes de fazer o que queria. Hackers desenvolveram toda uma cultura com gírias, valores, normas, comportamentais e éticas próprias. A segurança de computadores começou a se tornar um tópico importante e meios de comunicação começaram a usar a palavra hacker para alguém que invadia um sistema, ganhando uma conotação negativa no mainstream, embora muitos se recusam a aceitar esse novo significado e preferem usar a palavra cracker ou variantes, como white hat e black hat, referindo-se a hackers éticos e maliciosos. Com o surgimento dos jogos online, a palavra hacking se tornou sinônimo de trapaça. O significado original recentemente tem sido usado por sites como Hacker News ou Hackaday, a expressão life hack entrou no dicionário mainstream, não relacionado a computadores. Contudo, um hacker moderno difere do original. A Unixtopia defende o uso original da palavra hacker.
Surgiu com os primeiros programadores, principalmente físicos, matemáticos e engenheiros, que compartilhavam um profundo amor pela programação e pura alegria ao inventar truques inteligentes e compartilhar livremente seus conhecimentos e programas uns com os outros. A cultura começou a se desenvolver rapidamente no MIT por volta da década de 60, embora outras comunidades existissem antes e em outros lugares. Hoje, essa cultura está extinta, devido ao mundo moderno onde valores são interesse próprio, consumismo, segredo, elogio à censura, inclusão de incompetentes e materialismo, são opostos dos valores hackers originais, você teria que rejeitar 99% da sua cultura para poder adotar a mentalidade hacker. A cultura vive principalmente em comunidades extremamente underground, como a da demoscene, mas mesmo lá está se degenerando.
A palavra hack em si parece ter vindo de um clube de modelos de trens do MIT, em cuja gíria a palavra se referia a algo como um projeto de paixão sem um objetivo específico, um tipo específico de brincadeiras inteligentes, mas inofensivas. Os membros do clube de modelos de trens entraram em contato com os primeiros computadores do MIT e trouxeram suas gírias. Esses primeiros computadores de cartão perfurado eram caros e sagrados, os hackers os tratavam como entidades quase sobrenaturais, no livro Hackers, é mencionado que aqueles que tinham permissão para operar as máquinas eram chamados de padres, que realizavam uma pequena oração para a máquina os abençoasse. Durante os anos 60 e 70, o phreaking era popular entre os hackers. Muitas ideias, como o minimalismo, que se tornaram parte da cultura hacker vieram do desenvolvimento do UNIX e do estabelecimento de sua filosofia. Muitos hackers vieram das comunidades do PDP-10, Usenet e ARPANET. A definição de software livre de Stallman e seu projeto GNU incorporavam a forte crença hacker na liberdade de informação e sua oposição à propriedade intelectual. Quando a tecnologia da computação foi invadida, abusada e estuprada pelo industrialismo, os hackers se separaram dos pseudoprogramadores, retendo sua filosofia de programação, que é muito diferente do "desenvolvimento de software" de uma corporação, um hacker escreve um código bonito e mínimo. Ele não tem como objetivo apenas terminar o trabalho, ele cria arte, um código que funciona bem e ao mesmo tempo é uma beleza de engenharia por dentro. Ele não tem medo de jogar fora o código e reescrevê-lo do zero só para torná-lo um pouco melhor. Em vez de remendá-lo, inchá-lo e estendê-lo, como uma corporação faria.
Hacker é um artista que constrói e cria, cracker é alguém que quebra e destrói, muitas vezes por ser menos competente ou indigno de um verdadeiro hacking, destruir algo é mais fácil do que criar. Hacker valoriza a liberdade, como o software livre, liberdade de expressão, pensamento livre e livre acesso a computadores. Ele apoia o compartilhamento, mesmo que seja chamado de "pirataria", e despreza o software proprietário, senhas, segurança, censura, direitos autorais, patentes, pretensão e engano. Hackers são inconformistas, rejeitam autoridade e não respeitam normas, hackear é um modo de vida, um hacker usa roupas velhas e baratas, tem cabelos longos e barba desgrenhada sem se conformar a moda. Hacker é um nerd que mora no porão sem vida social porque tem uma rica vida intelectual interior, ele é um virgem, se parece com um mago, em parte por causa de sua aparência, mas também porque a vida adulta típica exigiria que ele fizesse menos hacking. Ele não programa por dinheiro, e vive sua vida inteira como um hacker, como focar em potências de dois, como mirar em 1024 palavras em seus ensaios, em vez de usar potências de dez como pessoas normais.
Hacker valoriza diversão e ludicidade, apesar de sua dedicação à arte, ele odeia a seriedade dos homens de negócios, bem como a atitude egocêntrica e egoísta dos hackers modernos. Um hacker dará seus programas nomes engraçados em vez de nomes comerciais, um hacker inserirá piadas em seu código-fonte, como o valor hexadecimal como 0xBEEFFACE, documentação e discurso, Jargon File tem uma seção inteira sobre como hackers constroem e usam palavras. Hacker busca engenhosidade, inteligência, elegância, minimalismo e pensar fora da caixa. Ele ama matemática, quebra-cabeças, desafios intelectuais, como code golf, e despreza formas comerciais feias de tecnologia convencional, feito às pressas para impressionar por visuais ou recursos barato enquanto esconde internos feios. Hacker ama hackear e consertar em si, hackear é o objetivo, não o meio. Hacking é uma arte e carrega um profundo valor intelectual e espiritual. Para um hacker, é uma alegria programar computadores e ele não almeja nada mais do que aproveitar horas intermináveis de programação, programação não é uma ferramenta para atingir objetivos baixos, como lucro monetário ou fama popular. Hacking é melhor do que sexo.
Hacker é elitista, atitude não é suficiente para ser um hacker, habilidade é essencial. Atitude e mentalidade corretas são importantes e necessárias, mas não suficientes, se você não se destaca em hacking, você não é um hacker. E.g, a cultura moderna inclusiva na qual você pode facilmente ser chamado de desenvolvedor de jogos mesmo não sabendo porra nenhuma. Isso tem que ser alcançado sem autopromoção, meramente fazendo um bom hacking, você não deve implorar aos outros para te chamarem de hacker ou promover seus programas com marketing para alcançar popularidade barata, não, reputação não é o objetivo em si, o objetivo é um bom hacking e reputação é uma indicação de que você o alcançou. Hacker tem opiniões fortes sobre tecnologia, como qual é o melhor editor de texto ou melhor linguagem. Hackers podem se discordar, resultando em guerras santas.
Uma menção a pessoas que foram consideradas hackers verdadeiros, no entanto, observe que muitas delas traíram os hábitos hackers, as pessoas são imperfeitas e nenhum indivíduo é um exemplo de uma cultura inteira. Melvin Kaye, Richard Stallman, Linus Torvalds, Alan Cox, Eric S. Raymond, Ken Thompson, Dennis Ritchie, Richard Greenblatt, Bill Gosper, Steve Wozniak, John Gilmore e Larry Wall.
Muitos pseudodesenvolvedores se autodenominam hackers, mas não há nenhum que permaneça fiel à ética e cultura original, eles apenas abusam da palavra como um termo legal ou uma marca, por e.g, Hacker News, um site de círculos idiotas onde os autoproclamados hackers espertinhos vêm anunciar seu rapeware feio e sobre como explorar melhor o mercado. É triste que a palavra tenha se tornado uma paródia estúpida de seu significado original por ser associada a grupos como o Anonymous, que são apenas um bando de crianças de 14 anos tentando parecer hackers de cinema.
A cultura hacker foi mimada da mesma forma que o resto da sociedade, e a diferença entre a cultura hacker clássica e a moderna é semelhante a diferença entre software livre e código aberto, a cultura original de ética forte foi distorcida por tendências como interesse próprio, comercialização, moda, popularização, até mesmo adaptações de filmes de merda. Os hackers modernos são retardados que nunca viram um Assembly, não sabem fazer matemática, são idiotas de terno que criam startups, não têm medo de chupar paus de corporações e trabalhar como influenciadores, são consumidores de software proprietário e blaoted. Não imite essas caricaturas ou dê atenção a elas, eles não são apenas hackers de verdade, são simplesmente prostitutas de atenção. Hackers de segurança. Hoje, hacker se refere a alguém envolvido em segurança de computadores, aqueles que protege, principalmente procurando vulnerabilidades e relatando-as, chamado de white hat, e aquele que ataca, o black hat. Esses não são hackers originais, eles são hackers no sentido adotado pela corrente principal de alguém invadindo um sistema. Traem a cultura original ao apoiar o sigilo e a censura, proteção de informações sensíveis justificadas principalmente pela chamada privacidade. Stallman boicotou até mesmo o uso de senhas no MIT, Raymond desencoraja o uso de identificadores anônimos e recomenda usar seu nome real. Eles são obcecados com anonimato, criptografia, criptomoedas, e também são egoístas com personalidades de merda. Eles são simplesmente pessoas invadindo sistemas para algum tipo de benefício próprio, nada mais que isso.
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